As enfermidades oculares em cães são bastante frequentes na rotina clínica cirúrgica. E dentre essas doenças podemos citar a catarata, permitindo a perda da visão quando não diagnosticada e tratada corretamente.
Como a catarata em cães se desenvolve?
Antes de falarmos da fisiopatologia da catarata, vamos defini-la primeiramente. Tecnicamente catarata é a opacidade do cristalino ou lente, podendo ser na cápsula (posterior / anterior) ou nas fibras da lente.
A etiologia é diversificada, como senilidade, traumas, enfermidades endócrinas (Diabetes Mellitus, hiperadrenocorticismo, dentre outras), galactosemia, tóxico, pós-radioterapia, choques elétricos.
Algumas raças são predispostas ao desenvolvimento, como a raça Poodle, que seria a mais acometida, seguida do Bulldog Francês, Afghan Hound, Boston Terrier, Cocker Spaniel, Labrador, Golden Retriever, Schnauzer, Yorkshire, lembrando que qualquer raça poderá desenvolver a catarata.
Como pode ser feito o diagnóstico da catarata em cães?
O tutor observa a diminuição das atividades diárias, dificuldade de localizar os brinquedos, colisão nos objetos, além da modificação na coloração do olho, que segundo o tutor apresenta-se branco.
O diagnóstico é baseado no histórico do animal, exames hematológicos e bioquímicos, sorologia, PCR, e o principal, a avaliação com testes específicos realizados por um oftalmologista veterinário.
A lente é responsável pela acomodação visual, modificando seu formato e permitindo nitidez na visão de perto e longe, além da transparência completa, participando da refração da luz e direcionamento até os fotorreceptores. A partir do momento que o metabolismo interno da lente é alterado com consequente desarranjo de suas lamelas, a opacidade inicia-se, e a capacidade visual torna-se comprometida, ao ponto de desenvolver uma cegueira completa.
Quais são as principais classificações da catarata em cães?
De maneira geral, é possível classificar a catarata com base no estágio de desenvolvimento da doença ocular. A seguir separamos as principais classificações.
Classificam-se quanto ao estágio de desenvolvimento:
- Incipiente;
- Imatura;
- Madura;
- Intumescente;
- Hipermadura
Quanto à localização da catarata:
- Subcapsular anterior;
- Subcapsular posterior;
- Cortical periférica;
- Cortical posterior;
- Equatorial;
- Nuclear;
- Lamelar (zonular);
- Polar posterior;
- Axial
Geralmente o aparecimento da catarata é o ponto que mais preocupa o tutor, porém várias complicações poderão surgir com a evolução da opacidade da lente, dentre eles: uveíte facoinduzida (facolítica/facoclástica), subluxação, luxação anterior ou posterior do cristalino, glaucoma.
Importante destacar que essas complicações poderão desenvolver a cegueira completa, com danos irreversíveis à região da retina, não obtendo a capacidade visual após a cirurgia.
Qual o tratamento da catarata?
Antes de falarmos sobre tratamento, devemos destacar que os exames pré-operatórios são essenciais, além da avaliação cardiológica, hematológicos, RX de tórax e US abdominal caso necessário.
Além disso, são realizados os específicos como eletrorretinografia (avalia a função da retina, através de estímulos luminosos), US ocular, pois devido opacidade a fundoscopia torna-se impossível para verificar descolamento de retina, gonioscopia, UBM (biomicroscopia ultrassônica) técnica de ultrassom de alta frequência avaliando estruturas anteriores inclusive ângulo de drenagem.
Em casos mais graves o OCT (tomografia de coerência óptica), avalia imagens detalhadas da retina e nervo óptico mapeando conformação e espessura, porém também verificando porções anteriores.
A partir desses exames o animal é conduzido ao procedimento cirúrgico. Os métodos cirúrgicos sofreram um processo de evolução, além dos materiais empregados nas técnicas atuais, dentre as opções temos:
Como o processo cirúrgico é feito hoje em dia?
Atualmente, assim como na medicina humana, a facoemulsificação é a mais indicada, consistindo na emulsificação do núcleo da lente por meio de ultrassom. Sua indicação é por apresentar menor incisão, menos trauma ao olho, maior rapidez do ato cirúrgico e recuperação ocular, quando comparado aos outros métodos citados.
Embora a técnica apresente alta taxa de sucesso, não podemos deixar de citar complicações como glaucoma pós-operatório, luxação da lente intraocular, ceratite ulcerativa e a opacificação da cápsula posterior.
A colocação da lente intraocular é decidida pelo cirurgião, dependendo da integridade da cápsula do cristalino pós-emulsificação do núcleo. Porém, destacamos a importância do implante da lente, maximizando o sucesso pós-cirúrgico.
Importante lembrar que o repouso é essencial no pós-operatório, além da utilização do colar ou da viseira, não permitindo que o animal coce os olhos, assim como a instilação dos colírios de forma correta.
Sendo assim o tratamento da catarata nos animais é possível, e como toda enfermidade, a precocidade no tratamento proporcionará um prognóstico positivo.
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